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Equilibristas modernos

Patinar parece estar no rol daquelas atividades inacessíveis, que só jovens ousados, atletas sarados ou malabaristas performáticos conseguem fazer com destreza e habilidade, ou seja, uma parcela reduzidíssima da população. Nada disso. Todo mundo pode aprender as técnicas da patinação e arriscar uns passinhos. Está certo que a patinação é uma atividade aeróbica que exige bastante fôlego e principalmente equilíbrio. Também exige bom preparo físico, bastante treino e um tanto de paciência e disposição para possíveis tombos e escorregadas – motivos que fazem com que a patinação seja apreciada por poucos que curtem atividades a céu aberto, se comparado ao número de ciclistas e skatistas que há por aí.

O lado bom é que, se o praticante seguir estas etapas, logo terá condições para sair deslizando com desenvoltura. Então, prepare-se para mudar seus preconceitos em relação à atividade que é uma solução esperta para exercitar o corpo e que traz benefícios que você ainda não havia imaginado. Acompanhe.

Uma volta ao começo

A imagem era das mais belas e instigantes. Anônimos circulando nas ruas, parques e praças das principais capitais do Brasil atiçavam a curiosidade dos passantes com seus movimentos ágeis. Os patinadores pareciam praticar um balé urbano, com um entrelaçar de pernas que fazia as crianças sorrirem. Ao mesmo tempo, quem era recém adepto da prática propiciava um show de “videocacetadas” com direito a caretas de frustração e frio na barriga dos participantes.

Era o começo dos anos 90 e a chegada dos patins inline ao país trouxe à atividade prestígio e muitos seguidores. Até então, no inconsciente geral brasileiro, muitos provavelmente associavam os patins às moças que patinavam para lá e para cá nos supermercados, para auxiliar os operadores de caixa. Os patins que as atendentes utilizavam eram os tradicionais, com duas rodas na frente e duas atrás e, até então, pouco difundidos como meio de lazer. Os modelos inline, que depois viraram febre por aqui, possuíam as rodas enfileiradas e permitiam maior agilidade.

Mas, se o boom dos patins inline foi nos anos 90, a história diz que esses modelos, também conhecidos como rollers, foram criados antes dos tradicionais. A patente foi registrada em 1819, em Paris, na França, e sua criação teve influência da patinação no gelo, modalidade comum na Europa. A prática acontecia, de uma forma geral, nos ginásios poliesportivos, com piso de taco de madeira, e os patinadores se divertiam numa ciranda sem fim. O modelo inline perdeu espaço na época por não ser muito estável e atingir velocidades altas, que assustavam os praticantes. Mas, ao longo dos anos, a evolução esteve ao lado do roller, e os devidos ajustes o colocaram no cenário esportivo novamente.

Atualmente, Paris ainda é reconhecida como a capital mundial dos patins inline. A escritora gaúcha e patinadora Carol Bensimon, que atualmente vive por lá, e, obviamente, colocou seu roller na mala de viagem, diz que é comum ver pessoas patinando na cidade e que “nas sextas feiras à noite, aliás, os praticantes se juntam e fazem um passeio coletivo, que pode reunir até 15000 pessoas em uma única oportunidade”, afirma. “O único problema daqui é que o roller acaba sendo uma atividade sazonal. Patinar no inverno é ter a sensação de que as orelhas vão cair a qualquer momento”, diz Carol.

Quem contribuiu para a popularização do roller no Brasil foi a medalhista Fabíola da Silva, um mito nos circuitos e pistas radicais de todo o mundo. Dona de oito medalhas do X Games – a competição mais importante do gênero –, já entrou para o Guinness Book, o livro dos recordes, por seus feitos. O início, porém, foi como o da maioria das pessoas que começam algo novo. “Nas primeiras vezes com os patins foi difícil, eu tinha que me segurar na grade de casa para conseguir ficar de pé”, diz Fabíola.

Equilíbrio saudável

Andar de patins, seja qual for o modelo, é uma atividade muito saudável. Segundo Arnaldo José Hernandes, especialista em medicina esportiva, o esporte exercita as pernas, a elasticidade do tronco e braços e, principalmente, o sistema respiratório. O fisiologista André Fornaziero acrescenta que, devido às características dos movimentos, a patinação possibilita o fortalecimento de ligamentos e tendões. Ou seja, é uma forma de manter a estrutura corporal sempre aquecida e alongada. O exercício sobre patins também auxilia no desenvolvimento do equilíbrio, já que exercita constantemente os músculos, principalmente os da coluna vertebral.

Patinador profissional desde os anos 80, o professor Ed de Oliveira acredita que muitos de seus alunos são pessoas que buscam uma vida saudável, mas que querem se divertir e não ficar presos a academias. “Antes, a patinação era vista como brincadeira de criança, só que hoje quem me procura são adultos que querem ter uma vida mais saudável”, afirma.

Sabrina Sorgi Parada, 30 anos, começou as aulas de patinação há poucos meses. Antenada em esportes ao ar livre, conta que, depois de uma viagem para o exterior, presenciou um grupo de jovens e pessoas mais velhas patinando juntas em um calçadão à beira mar. “Quando vi aquela cena, percebi que eu também poderia fazer parte daquilo e praticar a patinação”, diz. Logo que chegou, foi atrás de um professor. A jovem patinadora explica que a importância de um profissional está diretamente ligada à questão de evitar riscos bobos. Um professor responsável ensina a fazer os movimentos corretos para que você não se machuque, a respirar corretamente e até a cair direito.

Com que roupa eu vou?

Antes de sair calçando um par de patins, saiba que existem preparos básicos. Como em qualquer outra atividade esportiva, alongue-se, hidrate-se bem e faça refeições leves e saudáveis. “A pessoa deve praticar aos poucos, ganhar confiança e acostumar o corpo àquele exercício”, afirma o médico Hernandes. Não esqueça os equipamentos de segurança, como capacete, cotoveleira, munhequeira e joelheira. E mais: filtro solar e óculos de sol, que protegem os olhos dos raios solares e da poeira. Use roupas leves, que não atrapalham o movimento.

Feitos os primeiros preparativos, é hora de colocar os patins. Calce-os sentado, próximo a uma parede ou corrimão. Quando conseguir ficar de pé, tenha certeza que está equilibrado. As primeiras passadas devem ser feitas em locais pequenos, sempre com a escapatória de se segurar e sustentar em algum lugar. Se o receio atrapalhar a vontade da prática, não se acanhe, peça ajuda a amigos, pois, assim como um pai segura a bicicleta do filho e aos poucos o solta para que ele ganhe confiança e ande sozinho, com os patins não é diferente, uma mãozinha sempre é bem-vinda. E, como em qualquer esporte ou atividade da vida, a prática leva à perfeição. O segredo é tentar, sem medo, para que suas rodas comecem a fazer seu caminho.

Escolher o melhor lugar para patinar também não é difícil. Tudo o que se precisa é de uma superfície lisa, ou próxima a isso. Parques, praças, marquises e ginásios são sempre as melhores opções. O sucesso da cultura dos patins está diretamente ligado à questão da estrutura das cidades. Paris, Londres e Califórnia são alguns dos melhores exemplos, nos quais a moda não superou a prática cotidiana. Seja na rua, seja em locais direcionados, o respeito pelo patinador é mais amadurecido nesses lugares.

Por aqui, os parques são unanimidades para a prática, ou ainda ruas tranquilas. O importante é encontrar um lugar seguro. Afinal, nesse esporte, equilíbrio é tudo.

Texto Marcelo Jucá – Revista Vida Simples

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